quinta-feira, 12 de março de 2020

55 CURIOSIDADES SUPREENDENTES SOBRE A TELENOVELA BRASILEIRA


Capas de revistas sobre telenovelas

Qual foi a primeira novela da TV brasileira? Qual a mais longa? Qual conquistou a maior audiência? E qual o mais trágico incidente que ocorreu durante as gravações de uma novela? Descubra as respostas e veja algumas curiosidades sobre as novelas nas linhas abaixo.

Antes do surgimento da telenovela, os brasileiros costumavam assistir – ou melhor, costumavam ouvir – as radionovelas. A primeira radionovela a entrar no ar foi Em Busca da Felicidade, transmitida pela Rádio Nacional em 1951.

Com a inauguração da TV Tupi, primeira emissora do Brasil, em 1950, foram ao ar os teleteatros. Encenados ao vivo, os teleteatros são considerados precursores da telenovela.

O gênero telenovela surgiu no Brasil ainda em 1951. A pioneira foi Sua Vida Me Pertence, exibida na extinta TV Tupi.

Escrita, dirigida e protagonizada por Walter Forster, Sua Vida Me Pertence permaneceu no ar de novembro de 1951 a fevereiro de 1952. Como não existia vídeo-tape na época, os capítulos eram exibidos ao vivo duas vezes por semana. Foram apenas 15 capítulos.

Sua Vida Me Pertence foi a primeira novela a exibir um beijo na televisão brasileira. Mas engana-se quem pensa que foi um beijo ardido e cheio de luxúria, pois não passou de um simples selinho.

Você sabia que o ator Lima Duarte trabalhou em Sua Vida Me Pertence? Lima é um dos mais antigos profissionais da TV brasileira e um dos atores que mais trabalharam em telenovelas.

A primeira novela a ter exibição diária no Brasil foi 2-5499 Ocupado, na antiga TV Excelsior, em 1963. Foi em 2-5499 Ocupado que os atores Glória Menezes e Tarcísio Meira formaram um dos pares românticos mais conhecidos da dramaturgia.

A primeira novela com um protagonista negro foi Os Anjos Não tem Cor, de Ribeiro Filho, e com direção de Cassiano Gabus Mendes, exibida pela Tupi, em 1953. Os Anjos Não Tem Cor apresentou o ator Arnaldo Lima como o primeiro negro com um papel principal na TV brasileira.

A primeira gravada em vídeo-tape foi Gabriela, Cravo e Canela, exibida na TV Tupi no ano de 1961.

Já a primeira com uma hora de duração foi Os Miseráveis, produção da Bandeirantes de 1967. Antes disso, as novelas tinham, no máximo, meia hora.

Janete Clair escrevia novelas para o rádio antes de trabalhar como autora de folhetins para a TV. Sua estreia no rádio foi com Perdão, Meu Filho, escrita em 1956. A estreia na TV ocorreu na década de 60 com O Acusador e Paixão Proibida.

Para muitos especialistas em telenovelas, Janete Clair foi uma das maiores autoras do gênero. E não sem motivos! Tramas como Irmãos Coragem e Selva de Pedra tiveram finais com quase 100% de audiência, algo impossível nos dias atuais.

Você sabia que Janete Clair foi casada com o também novelista Dias Gomes, autor de O Bem-Amado e Saramandaia?

A primeira novela em cores foi O Bem Amado, exibida pela Globo, em 1973.

Outro detalhe sobre O Bem Amado: a produção com os inesquecíveis personagens Zeca Diabo e Odorico Paraguaçu foi a primeira novela brasileira a ser exibida no exterior.

Considerada um marco na história da teledramaturgia, O Direito de Nascer (1964) teve o final exibido ao vivo no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.

Irmãos Coragem foi, ao lado de Redenção, Os Imigrantes e O Machão, uma das novelas mais longas da TV brasileira. A trama levou um ano para sair de cartaz.

Exibida em 1976 pela Rede Globo, A Escrava Isaura foi a novela com o maior número de reproduções: cinco. Foi também por muito tempo a novela brasileira de maior sucesso no exterior. A Escrava Isaura foi vendida para 80 países.

A novela brasileira que mais sucesso fez no exterior – inclusive em países de primeiro mundo – foi Avenida Brasil. Exibida no Brasil em 2012, Avenida Brasil foi dublada em 19 línguas e vendida para 125 países. A segunda novela mais exportada foi Da Cor do Pecado, de 2004, que foi transmitida em 100 países. Detalhe: ambas foram escritas por João Emanuel Carneiro.

O sucesso de A Escrava Isaura na China foi tão grande que a atriz Lucélia Santos, que interpretava a protagonista, virou ídolo por lá. Lucélia viajou diversas vezes para a China, chegando a trabalhar em produções conjuntas entre o Brasil e aquele país.

Por falar em Escrava Isaura, ela foi apenas uma das novelas baseadas em clássicos da literatura brasileira exibidas pela Globo na década de 1970. Foi com essas novelas que a emissora inaugurou o horário das seis. Entre elas estão: Helena, Senhora, A Moreninha, O Noviço, O Feijão e o Sonho, Olhais os Lírios do Campo, Memórias de Amor (inspirada em O Ateneu, de Raul Pompeia), Maria Maria e a própria Escrava Isaura.

Protagonizada por Regina Duarte, José Wilker e Lima Duarte, e exibida em 1985, a novela Roque Santeiro é até hoje um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira. O que pouca gente lembra é que Roque Santeiro foi proibida pela censura em 1975 e sem nenhum folhetim pronto para substituí-la, a Globo foi obrigada a exibir uma reprise de Selva de Pedra.

Exibida em 1988/89 e com autoria de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, Vale Tudo fez o Brasil inteiro perguntar quem matou a megera Odete Roitman. A curiosidade e expectativas eram tamanhas que a Globo gravou cinco finais diferentes, só levando um ao ar.

Outros personagens misteriosamente assassinados em novelas foram Lineu Vasconcelos (Celebridade), Barão de Sobral (Força de Um Desejo), Miguel Fragonard (Água Viva), Salomão Hayala (O Astro), Silvia (O Rebu), Max (Cavalo de Aço), Nívea (Assim na Terra Como no Céu) e Luciano (Véu de Noiva). As novelas A Próxima Vítima e Passione tiveram vários personagens mortos por serial killers.

O que aconteceu em Torre de Babel, de autoria de Silvio de Abreu, foi uma carnificina. A explosão de um shopping center provocou a morte de quase metade do elenco. Outra trama cujos personagens foram dizimados foi Anastácia, a Mulher Sem Destino. Nesse caso, para dar uma reviravolta na história e aumentar a audiência, a autora Janete Clair apelou para um terremoto.

Devido ao enorme sucesso, diversas novelas tiveram uma segunda versão exibida décadas depois da trama original. Alguns exemplos: Irmãos Coragem, Selva de Pedra, Escrava Isaura, Mulheres de Areia, O Profeta, Cabocla, Anjo Mau, A Viagem, Sinhá Moça, Pecado Capital, Ciranda de Pedra, Lua Cheia de Amor (uma segunda versão de Dona Xepa), Paraíso, O Astro, Saramandaia e Ti Ti Ti.

O escritor baiano Jorge Amado foi um dos autores com maior número de adaptações para a TV. Muitos livros de sua autoria se transformaram em minisséries e telenovelas. Alguns exemplos: Gabriela, Tenda dos Milagres, Terras do Sem-Fim, Teresa Batista, Mar Morto (adaptado como Porto dos Milagres) e Tieta.

Uma das primeiras novelas mexicanas exibidas no Brasil foi Os Ricos Também Choram, exibida pelo SBT pouquíssimo tempo depois do canal ser inaugurado pelo empresário e apresentador Silvio Santos. Os Ricos Também Choram teve cerca de 300 capítulos. Uma observação: na época (início dos anos 80), e emissora chamava-se TVS.

A Globo foi a emissora que mais inseriu merchandising social em suas tramas. Elas costumam abordar temas como dependência química, deficiência física, respeito às pessoas com Síndrome de Down, transplante de órgãos, entre outros. Uma das novelas que abordou o problema da dependência química, por exemplo, foi Passione, de Silvio de Abreu, exibida em 2010.

Os personagens do seriado Shazam, Xerife & Cia, sucesso infantil dos anos 70, surgiram na novela O Primeiro Amor, exibida pela TV Globo em 1972. Interpretados por Paulo José e Flávio Migliaccio, Shazam e Xerife viajavam pelo Brasil afora à procura de uma peça que os possibilitaria construir uma bicicleta voadora.

Criado como personagem da novela Elas Por Elas, de 1982, o personagem Mário Fofoca foi outro que acabou ganhando autonomia. O sucesso junto aos telespectadores de Mário Fofoca foi tamanho que o personagem interpretado por Luís Gustavo protagonizou As Aventuras de Mário Fofoca.

Idealizada por Dias Gomes, a série O Bem-Amado foi exibida no início dos anos 80 como uma continuação da novela de mesmo nome dos 70. Esta, por sua vez, foi uma adaptação da peça O Bem-Amado, de autoria do próprio Dias Gomes. Tanto a peça, quanto a novela e o seriado foram muito bem recebidos pelos público. Os personagens Odorico Paraguaçu e Zeca Diabo marcaram a história da TV e a dos atores Paulo Gracindo e Lima Duarte.

Dias Gomes ficou conhecido pelo realismo fantástico e pelos personagens bizarros das suas tramas. Saramandaia, de 1976, por exemplo tinha um personagem que virava lobisomem, outro que expelia formigas pelo nariz e outro que provocava combustão nos objetos sempre que ficava excitado. Isso sem esquecer Dona Redonda, personagem que explodiu de tanto comer. Diante deles, o mocinho João Gibão até que parecia normal (ele possuía asas).

A primeira trilha de novela foi a de Véu de Noiva (1970), lançada pela gravadora Philips em parceria com a Rede Globo. A primeira com músicas estrangeiras foi a de O Cafona, lançada em 1971.

A gravadora Som Livre foi criada pelas Organizações Globo em 1971, justamente para lançar as trilhas das novelas da TV Globo. O Cafona foi a primeira telenovela a ter a trilha sonora produzida por ela.

A Som Livre lança, no mínimo, duas trilhas por novela. Em alguns casos, são lançados três trilhas, como ocorreu como Belíssima, Roque Santeiro e América.

Vários atores gravaram músicas para trilhas de novelas. Aconteceu com Cláudio Cavalcanti na novela Irmãos Coragem (a música era Menina); Marília Pera, em O Cafona (música: Shirley Sexy); Sandra Bréa, em Corrida do Ouro (Nem Pensar); Sônia Braga, em Saramandaia (Sou o Estopim); e Glória Pires, em As Três Marias (Coração).

Rita Lee foi, sem sombra de dúvida, um dos cantores/compositores que mais tiveram músicas em trilhas e aberturas de novelas globais. Suas músicas foram tocadas nas aberturas de O Pulo do Gato, Chega Mais, Baila Comigo, além de outras.

Dancin’ Days, de Gilberto Braga, inspirou-se na onda disco que tomou o mundo na segunda metade da década de 70. A trilha sonora internacional era recheada de músicas da disco music – inclusive do grupo Bee Gees, grande sucesso na época.

Ainda sobre Dancin’ Days: ela lançou o modismo das meias luréx e ajudou nas vendas da boneca Pepa, brinquedo favorito da personagem Carminha.

A meia luréx foi apenas um dos modismos a conquistar o Brasil graças à influência das telenovelas. Os turbantes e faixas da viúva Porcina, de Roque Santeiro, foi outro modismo que marcou a época. Podemos citar também os palitos para prender os cabelos femininos em Vale Tudo, as saias de Darlene em Celebridade e a saia de cintura alta de Renatinha em Viver a Vida.

Algumas novelas apresentaram produtos que acabaram sendo lançados no mercado. É o caso do batom Boka Loka em Ti Ti Ti e do perfume Vereda Tropical, na novela do mesmo nome. Houve também o caso da cachaça Saramandaia, lançada na mesma época da novela.

O primeiro casal gay foi interpretado pelos atores Buza Ferraz e Ziebimski na novela O Rebu, exibida pela Globo entre 1974 e 1975.

A primeira a exibir um beijo gay foi Amor e Revolução, exibida entre 2011 e 2012 pelo SBT.

Você sabia que o ator Sérgio Cardoso morreu de repente durante as gravações de O Primeiro Amor, em 1972? Sérgio teve que ser substituído às pressas por Leonardo Villar. Outro caso que ficou na memória foi a morte inesperada de Jardel Filho no meio da meio da novela Sol de Verão, de 1982. Nesse  caso, não houve substituições e a trama acabou sendo encurtada.

Uma das mortes mais chocantes foi a do ator Domingos Montagner, de Velho Chico, de 2016. Ele morreu afogado nas águas do rio São Francisco, enquanto se divertia no intervalo das gravações. O detalhe é que sua morte ocorreu faltando poucos dias para o final da novela, o que levou a produção a trocar o ator por uma câmera. Nesse caso, a câmera representava os olhos do ator, que acompanha os personagens.

A morte mais chocante da história da telenovela foi provavelmente a da atriz Daniela Perez, filha da autora Glória Perez. Daniela foi encontrada morta em um matagal no Rio de Janeiro. O autor do crime foi Guilherme de Pádua, ator que trabalhava com Daniela na novela De Corpo e Alma. Foi um escândalo de repercussão internacional. Glória Perez não teve condições de continuar De Corpo e Alma e ela caiu nas mãos de Gilberto Braga e Leonor Bàsseres, que tiveram que explicar o sumiço repentino dos personagens.

Em janeiro de 1989, o ator Lauro Corona pediu o afastamento da novela Vida Nova alegando estafa. Mais tarde, Lauro faleceu vítima de complicações decorrentes da AIDS. O sumiço e posterior reaparecimento de seu personagem na trama (para sumir definitivamente) provocou rumores de que Lauro estaria gravemente enfermo por causa da doença.

A falência da TV Tupi no início dos anos 80 fez com que a novela Drácula ficasse inacabada. Episódio semelhante aconteceu com a extinção da TV Manchete em 1988, que deixou Brida pela metade.

Além de Glória Menezes e Tarcísio Meira, os outros casais de atores que fizeram par românticos em novelas foram: Nicete Bruno e Paulo Goulart, Letícia Sabatella e Ângelo Antônio, Eva Wilma e Carlos Zara, Glória Pires e Fábio Jr., Júlia Lemmertz e Alexandre Borges e Vera Fischer e Felipe Camargo.

Os pares românticos mais frequentes nas tramas foram Dina Sfat e Francisco Cuoco (5 novelas), Regina Duarte e Cláudio Marzo (4 novelas) e Júlia Lemmertz e Alexandre Borges (3 novelas).

Novelas que tiveram “nomes geográficos”: Pantanal, Araguaia, Amazônia, Vila Madalena e I Love Paraisópolis.


O trio de novelas mexicanas que mais fizeram sucesso entre os brasileiros foi formado por Marimar, Maria do Bairro e Maria Mercedes, todas protagonizadas pela cantora e atriz Thalía. Por sinal, Thalía tornou-se uma verdadeira estrela entre os brasileiros na época em que Maria do Bairro foi exibida pela primeira vez.

(Fontes: Almanaque da TV, Ediouro; Mofolândia, Panda Books; Almanaque Anos 80, Ediouro; Memória Globo)

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