O que foi a chamada Santa Inquisição?
Qual foi o maior inquisidor de que se tem notícias? É verdade que a Inquisição
também agiu no Brasil? Descubra nas linhas a seguir algumas informações sobre
esse “tribunal da fé”, além de algumas curiosidades que vão te interessar.
A Santa Inquisição foi uma espécie de
tribunal religioso criado na Idade Média
e dirigido pela Igreja Católica Apostólica Romana. Foi fundada pelo papa
Gregório IX em 1231 com o objetivo de reprimir e castigar tudo o que fosse
considerado heresia pela Igreja.
Conta-se que a Inquisição foi criada
inicialmente com o objetivo de combater os cátaros (chamados também de
albigenses), uma seita cristã com forte influência no sul da França e norte da
Itália.
As punições da Inquisição iam da privação
de “benefícios espirituais” e prisões, do confisco de bens e morte na fogueira.
A tortura passou a ser permitida nos
tribunais em 1254 pelo papa Inocêncio IV, cerca de 20 depois de criada a
Inquisição.
Ao contrário do que é normalmente
propagado, a tortura nunca foi usado em grande escala pela Inquisição. Mas é
sabido que centenas de pessoas foram cruelmente torturadas com o objetivo de
arrancar confissões/revelar heresias.
Entre os mais terríveis instrumentos de
tortura usados pela Inquisição estão: o corta-joelhos, o triturador de cabeças,
o arranca-seios e a donzela de ferro (que, aliás, inspirou uma conhecida banda
de heavy metal).
Apesar de seu caráter religioso, a
Inquisição foi amplamente usada como instrumento político. Ela serviu para conter
o avanço dos protestantes na Itália e para perseguir inimigo dos reis Fernando
e Isabel na Espanha.
A Inquisição Espanhola foi criada em 1478
pelos reis Fernando e Isabel. No princípio, perseguiu os judeus e muçulmanos
convertidos que eram acusados de praticarem suas antigas crenças.
Tomás de Torquemada (um frade
dominicano), o principal inquisidor espanhol, tinha tanto poder que rivalizava
com os reis da Espanha. Calcula-se que ele tenha condenado à morte de 2 mil a
10 mil pessoas.
Conta-se que Tomás de Torquemada rezava
baixinho enquanto os suspeitos tinha sua pele queimada, unha arrancada e
parafusos aplicados no polegar. As suspeitas de bruxaria eram despidas para que
os inquisidores pudessem procurar em seus corpos tatuagens ou marcas que representassem
o pentagrama invertido.
A sanha assassina e má fama de Torquemada
era tamanha que o próprio Vaticano se incumbiu de destituí-lo do poder.
Na Idade Média, os gatos pretos eram
vistos como bruxas transformadas em animais. Eles chegaram a ser perseguidos
pela Inquisição.
E por essa ninguém esperava: até os
canhotos foram perseguidos pelos tribunais da Inquisição. Eles eram
considerados praticantes de bruxarias, mensageiros da morte e enviados do
Diabo.
Nem os defuntos escapavam da Inquisição. Quando
descobria-se que um morto havia sido herético, seu cadáver era desenterrado e
queimado.
Os historiadores acreditam que 50 mil
pessoas (a maioria mulheres) tenham sido condenadas à fogueira por suspeita de
bruxaria, pacto com o diabo e até por “lançar mau-olhado” em regiões de países
como Alemanha, Suíça, Polônia, Dinamarca e Inglaterra.
A Inquisição não só agiu no Brasil, como
agiu em diversos países da América, entre eles o México e Peru. Também foram
criados tribunais na África (Cabo Verde) e na Ásia (Goa).
Calcula-se que 400 brasileiros tenham
sido condenados pela Inquisição. Como os casos mais graves eram enviados para
Portugal, os condenados à fogueira eram executados lá.
O Santo Ofício mudou duas vezes de nome.
Hoje é conhecido como Congregação para Doutrina da Fé. Detalhe: Joseph
Ratzinger, o papa Bento XVI, dirigiu a Congregação durante 24 anos.
Algumas das vítimas mais conhecidas da
Inquisição: Galileu Galilei, Joana D’Arc, Giordano Bruno.
Uma última curiosidade: a Inquisição
durou quase sete séculos.
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