É verdade que as pessoas
crucificadas demoravam a morrer? É também verdade que seus corpos eram deixados
na cruz para que os abutres os devorassem? É ainda verdade que a cruz em que
Jesus foi pregado tinha o formato exato da letra T? Veja a seguir algumas curiosidades
surpreendentes sobre a crucificação.
Foram os persas que
inventaram a pena de morte por crucificação, provavelmente durante o século V
antes de Cristo. Acredita-se que tenha sido trazida para o Ocidente por
Alexandre, o Grande. Sua popularização ocorreu com os romanos, que costumavam
punir escravos rebeldes, criminosos violentos e traidores com esse tipo de
morte.
Os mortos por
crucificação raramente eram enterrados. Os corpos permaneciam nas cruzes até
serem devorados por abutres e outros animais carniceiros. Uma das exceções foi
Jesus de Nazaré, que recebeu um sepultamento pouco depois de ser crucificado.
Os condenados
normalmente morriam por desidratação, asfixia – com o detalhe de que a cabeça
pendida sobre o peito colaborava para isso – e parada cardíaca.
Para abreviar a morte,
os carrascos costumavam quebrar as pernas dos condenados para que elas
deixassem de sustentar o corpo. Isso facilitava a morte por asfixia.
A morte na cruz podia
demorar até seis dias. Segundo os relatos bíblicos, Jesus teria morrido seis
horas depois. A crucificação ocorreu às 9h da manhã e a morte, às 15h da tarde.
Jesus foi submetido a um
açoitamento antes de ser crucificado. Os golpes teriam sido feitos com um
chicote fabricado com tiras de couro e bolinhas ou lascas de ossos na ponta
chamado flagrum.
O açoitamento esfolava a
pele e causava hemorragias que, no caso de Jesus, tornaram-se mais intensas com
a coroa de espinhos. Alguns estudiosos acreditam que ela pode ter sido fixada a
pauladas, ferindo artérias e nervos.
Tudo indica que Jesus
tenha carregado apenas a parte horizontal da cruz, chamada de patibulum. Uma vez
que dificilmente suportaria seu peso – mais ou menos 27 quilos –, é provável
também que ele tenha arrastado até ela.
O percurso percorrido
por Jesus com a cruz (ou patibulum) nas costas tinha mais ou menos 600 metros.
Ao contrário do que
mostram as imagens que nós comumente vemos nas igrejas, ele não foi pregado com
cravos nas palmas das mãos, mas nos pulsos. Se tivessem sido fixadas dessa
maneira, as mãos se rasgariam com o peso do corpo e ele cairia da cruz.
Também ao contrário do
que mostram as imagens, a cruz romana não tinha ponta. Ela possuía um formato
de T. O patibulum era afixado no alto por dois soldados, enquanto um terceiro
ajudava a erguer o corpo.
Mais uma polêmica: tudo
indica que os pés não foram pregados cruzados, mas lado a lado, talvez por uma
questão de praticidade.
Outra: alguns
arqueólogos sustentam que a cruz possuía uma espécie de assento para o corpo e
que Jesus teria morrido sentado. Os pés provavelmente foram pregados juntos na
altura do calcanhar por um prego longo. As pernas estariam dobradas para a
direita.
Ainda de acordo com os
relatos bíblicos, um soldado romano teria cravado uma lança no peito de Jesus
para confirmar a sua morte. Do ferimento teriam jorrado água e sangue. O sangue
foi provavelmente resultado do ferimento e a água, do líquido acumulado nos
pulmões durante o açoitamento.
Algumas religiões
sustentam que Jesus teria sido crucificado num poste ou estaca vertical. É o
caso das Testemunhas de Jeová, que costumam representar Jesus como um homem
preso com os braços para cima numa estaca.
De acordo com a Bíblia,
outras duas pessoas foram crucificadas no mesmo dia. Teriam sido dois ladrões
cujos nomes não foram mencionados. A única citação aos seus prováveis nomes
consta num livro apócrifo (não reconhecido pela igreja), que diz serem Dimas e
Gestas.
Além de Jesus, os outros
personagens bíblicos crucificados foram os apóstolos André e Pedro. Segundo a
tradição católica, Pedro teria sido pregado numa cruz de cabeça para baixo.
A maior crucificação da
história ocorreu após a revolta do soldado Espártaco, quando 6.000 condenados
foram crucificados de uma só vez.
Apenas um corpo de
vítima de crucificação foi descoberto até hoje. A ossada foi encontrada na
cidade de Jerusalém. Ela apresentava um prego de 11,5 centímetros no que seria
um osso do calcanhar preso a um pedaço de madeira.
A crucificação foi
abolida durante o governo de Constantino, por volta do ano 312 depois de
Cristo.
A cruz só passou a ser
um símbolo da cristandade durante a Idade Média.
Acredite se quiser, mas
a crucificação é um método de execução ainda usado em alguns países. É o caso
do Sudão, que crucifica em torno de 90 pessoas por ano.
Imagem acima: “As Três
Cruzes”, do pintor holandês Rembrandt.
Fontes: Wikipédia, Guia
dos Curiosos, Mundo Estranho, Mega Curioso.
Foi o método mais cruel de morte da história, lamentável
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