Candido Portinari é ainda nos dias atuais considerados um dos maiores gênios da história da arte brasileira. Seu talento não foi reconhecido apenas no país, mas no exterior. Realizou exposições na Europa, Estados Unidos, Oriente Médio e outros locais. Descubra nas próximas linhas algumas curiosidades a seu respeito.
O pintor brasileiro Candido Portinari nasceu numa fazenda na região de Brodowski, no interior de São Paulo, em 1903. Era filho dos imigrantes italianos Giovan Portinari e Domenica Torquato.
Candido era o segundo de 12 irmãos. Seu apelido era Candinho.
Outra sobre o pequeno Portinari: ele cursou apenas o primário. E consta que uma vez desenhou um leão em sala de aula, que, de tão perfeito, chamou a atenção de colegas e professores.
Portinari tinha apenas nove anos de idade quando ajudou um grupo de pintores na decoração da igreja matriz de sua cidade, Brodowski.
Com apenas 15 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro a fim de aprimorar a sua vocação para o desenho e pintura. Matriculou-se na Escola Nacional de Belas Artes. Ele chamou tanto a atenção de professores e da imprensa que logo foi convidado para participar de exposições.
Em 1928, ganhou uma medalha de reconhecimento e uma viagem para estudar na Europa. Em virtude disso, passou um ano na França aprimorando ainda mais os seus conhecimentos. Foi lá também que conheceu sua futura esposa, a uruguaia Maria Martinelli.
Seu primeiro reconhecimento no exterior ocorreu em 1935, quando recebeu uma menção honrosa na exposição internacional do Carnegie Institute, nos Estados Unidos. Anos depois, ele pintaria três grandes murais para o pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York.
Em 1944, participou da decoração do conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Um mural retratando São Francisco de Assis logo chamou a atenção do público e da crítica. Detalhe: quem fez o convite para que tivesse participação na obra foi o arquiteto Oscar Niemeyer. Mas...
Acredite se quiser, a obra também provocou enorme controvérsia. Muitas pessoas a consideraram anti-religiosa e extravagante, gerando uma batalha na Justiça por sua causa.
A militância política levou-o a se candidatar a deputado federal, em 1945, e senador, em 1947. Portinari era filiado ao Partido Comunista Brasileiro.
Sua primeira exposição individual em solo europeu ocorreu em 1946, na Galerie Charpentier, em Paris. Nessa época, Portinari teve seu talento foi reconhecido até pelo governo francês.
O primeiro livro sobre Portinari foi lançado pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, em 1940. Portinari: His Life and Art, teve introdução do artista norte-americano Rockwell Kent.
Excelente retratista, Portinari pintou retratos de personalidades como Manuel Bandeira e Mário de Andrade, entre outras.
O Lavrador de Café, uma das suas obras, foi roubada juntamente com um quadro de Pablo Picasso, em 2007, do Museu de Arte de São Paulo numa ação que levou apenas 3 minutos. Elas foram recuperadas sem avarias.
Quando tinha algum compromisso à noite, Portinari vestia suas melhores roupas logo pela manhã para não ter o trabalho de se arrumar depois. Era comum encontrá-lo de pincel nas mãos e compenetrado em seus quadros, mas elegantemente vestido de smoking.
Um de seus murais mais famosos é Guerra e Paz, pintado em 1956 para a sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York. Sabe-se que também pintou quatro grandes painéis para a biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.
Em 40 anos de trabalho, Portinari deixou nada mais nada menos que 4.500 obras.
Candido Portinari morreu em 6 de fevereiro de 1962, no Rio de Janeiro. Sua morte foi causada por envenenamento por chumbo das suas próprias tintas.
O corpo de Portinari foi sepultado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, onde também repousam grandes nomes das artes, como a poetisa Cecília Meireles, o escritor e jornalista Euclides da Cunha, o dramaturgo Nelson Rodrigues, o ator Paulo Gracindo e o músico Tom Jobim.
Portinari foi homenageado pela Casa da Moeda do Brasil através de uma nota de 5.000 cruzados, que circulou entre 1986 e 1989 (imagem acima).
A antiga residência de Portinari, em Brodowski, foi transformado no Museu Casa de Portinari. Ele reúne objetos pessoais, itens de família, fotos e obras do artista. O museu possui uma intensa programação com enfoque quase que totalmente voltado para Candido Portinari.
Existem dezenas de ruas, avenidas e praças em homenagem a Candido Portinari no Brasil. Em Diadema, no ABC Paulista, há um bairro chamado Jardim Portinari, onde quase todas as ruas homenageiam grandes pintores brasileiros.
Fontes: Museu Casa de Portinari, Wikipédia, Guia dos Curiosos
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