sábado, 7 de novembro de 2020

21 CURIOSIDADES SOBRE A ESCRAVIDÃO AO LONGO DA HISTÓRIA

 

O Brasil foi um dos países que mais receberam escravos oriundos da África. Foi também um dos últimos países da América Latina a abolir a escravidão. Percorra as linhas a seguir e descubra alguns detalhes sobre esse sistema horrível no Brasil e no mundo. Você ficará chocado.

 

Segundo o dicionário da língua portuguesa da Academia Brasileira de Letras, escravidão é o “sistema socioeconômico no qual um sujeito é considerado juridicamente objeto de outro, podendo este dispor livremente da pessoa escravizada”; é a “condição de escravo”, “servidão”, “cativeiro”.

 

A escravidão foi aceita e praticada por quase todas as civilizações antigas: babilônios, hindus, sumérios, assírios, caldeus, egípcios, hebreus, cretenses, fenícios, gregos, romanos…

 

Com raras exceções, os escravos não possuíam direito sobre si mesmo e podiam ser vendidos, comprados, trocados (muitas vezes por dívida) e castigados por seus proprietários.

 

Na antiga Esparta, os escravos (os chamados hilotas) eram propriedade do Estado. Podemos dizer que o Estado concedia o “direito de uso” dos escravos a seus cidadãos. Os espartanos eram proibidos de comprar, vender ou trocar escravos.

 

Em Atenas, os escravos desempenhavam diversas funções – inclusive de força policial. Eles representavam 1/3 da população e eram, em geral, ex-prisioneiros de guerra. Assim como as mulheres, os escravos estavam longe de ser considerados cidadãos – em outras palavras, não podiam participar do sistema “democrático” ateniense.

 

Tal como em Atenas, os escravos romanos desempenhavam as mais variadas funções. Eles eram, em geral, propriedade dos patrícios (a aristocracia romana, que detinha a propriedade da maior parte da terras). Com o tempo, as relações entre senhor e escravo sofreram diversas alterações. O Estado passou a exigir que os senhores alimentassem e vestissem bem seus escravos, proibiu os castigos corporais severos e decretou que um senhor podia dar parte de suas terras a um escravo ou libertá-lo sem nenhuma indenização.

 

Uma das maiores revoltas de escravos da história aconteceu por volta de 73 antes de Cristo em Roma, liderada pelo trácio Espartacus. A rebelião moveu quase 100 mil escravos e deu muito trabalho para as forças romanas. Os revoltosos, no entanto, foram derrotados e muitos deles crucificados ao longo da Via Ápia. A história do escravo rebelde Espartacus rendeu inúmeros livros, séries e filmes. Em um deles, Espartacus é interpretado pelo ator norte-americano Kirk Douglas.

 

Você sabia que existem orientações na Bíblia sobre como tratar um escravo? Essas orientações podem ser encontrada nos seguintes livros: Êxodo, Levítico e Deuteronômio.

 

A história da escravidão no Brasil começou com o surgimento da lavoura açucareira no período colonial, certo? Errado. Muitas tribos “pré-descobrimento” costumavam utilizar prisioneiros de guerra como escravos.

 

A mão-de-obra negra foi usada pela primeira vez nas antigas lavouras do continente americano, correto? Não, a escravidão negra é tão antiga quanto a própria África. Muitas tribos rivais vendiam os prisioneiros de guerra para árabes e europeus. Há relatos do uso de mão-de-obra africana no Império Romano.

 

A escravidão no Brasil-colônia começou com o uso de mão de obra indígena, principalmente na lavoura e mineração. Ela persistiu até o século XVIII, quando foi abolida pelo Marquês de Pombal.

 

O transporte dos escravos africanos para o Brasil era feito em navios negreiros com péssimas condições de higiene. Muitos morriam durante a viagem e os corpos eram jogados no mar.

 

A escravidão criou de tal forma raízes na sociedade brasileira que, após conseguir a alforria, muitos ex-escravos adquiriam seus próprios escravos. Em 1830, 43% das residências de negros livres da cidade de Sabará tinham escravos.

 

Por falar nisso, você sabia uma carta de alforria custava o mesmo que uma casa no Brasil do século XVIII?

 

Segundo Gylberto Freire, autor do clássico Casa Grande e Senzala, as crianças brancas e negras brincavam juntas até os sete anos de idade, quando os negros começavam a trabalhar na lavoura.

 

A senzala era uma espécie de alojamento onde os negros dormiam. Eram habitações rústicas, quentes e sem nenhum tipo conforto. Homens e mulheres dormiam separados. A alguns casais era permitido dormirem em cabanas separadas, feitos de pau-a-pique e cobertas de folha de bananeira.

 

Os escravos trabalhavam exaustivamente, em rotinas de 12, 14 e até 16 horas por dia. Entre os instrumentos usados para mantê-los obedientes e castigar os faltosos, estavam as algemas, as correntes (do tipo gargalheira, golilha e gonilha) e o tronco, entre outros.

 

As revoltas e fugas eram mais comuns do que se imagina. Muitos negros fugiam e formavam quilombos, onde podiam viver de acordo com sua cultura. O mais famoso quilombo foi o de Palmares, localizado no território do atual estado de Alagoas.

 

A escravidão só acabou no Brasil em 1888, com a decretação da Lei Áurea pela Princesa Isabel, filha do então Imperador D. Pedro II.

 

O primeiro país a abolir a escravidão foi a Dinamarca em 1792. O último, foi a Mauritânia em 1980.

 

O primeiro país das Américas a abolir a escravidão foi o Haiti, em 1794. Um detalhe importante: a independência do Haiti foi fruto de uma revolta de escravos.

 

Ainda existem 25 milhões de pessoas em situação de escravidão no mundo todo.

 

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