Percorra os tópicos a seguir e descubra um mix de curiosidades sobre os sobrenomes brasileiros e estrangeiros. Como surgiram os primeiros sobrenomes? Como identificar a nacionalidade de uma pessoa pelo sobrenome? Quais são os sobrenomes mais comuns no Brasil e em países como Alemanha, Estados Unidos e outros?
Os europeus da Idade Média não tinham sobrenome. Existiam centenas de Josés e Marias numa mesma cidade, o que podia gerar grandes mal-entendidos e confusões.
Para distinguir as pessoas e evitar confusões, a identificação era feita por um complemento qualquer. Era comum designar os indivíduos como “fulano, filho de beltrano” ou “sicrano filho de fulano”.
Outra forma de identificar os indivíduos era pelos apelidos, que eram acoplados ao prenome. Os mais comuns faziam alusões ao ofício, aspectos físicos ou origem geográfica. Exemplos: John Cook (João Cozinheiro, em inglês), Bernard Lepeti (Bernardo Pequeno, em francês) e Manoel da Costa (em português). Com o tempo, os apelidos acabaram se tornando nomes oficiais.
Como o Estado não costumava registrar os nomes, a missão ficava a cargo dos nem sempre letrados padres. O problema era que eles escreviam “o que ouviam” e “o que interpretavam”, originando uma variada gama de sobrenomes parecidos.
Os apelidos se transformaram em sobrenomes de tal modo que era (e ainda é!) comum encontrar em Paris, por exemplo, pessoas identificadas por apelidos que se referiam ao lugar de origem: Lespaniol (o espanhol), Langlais (o inglês), Litalien (o italiano)…
Um censo realizado em Paris em 1294 identificou centenas de pessoas com apelidos originados de ofício. Mounier (moleiro), Avenir (vendedor de aveia), Fritier (vendedor de peixe frito), Sartre (alfaiate) e Allier (vendedor de alhos) são cinco exemplos de apelidos/sobrenomes encontrados na cidade.
O registro sistemático e obrigatório dos sobrenomes é mais recente do que imaginamos, Ele foi instituído pela Igreja Católica no Concílio de Trento, em 1563.
Os sobrenomes que fazem referência ao pai são chamados de patronímicos. Um bom exemplo são os sobrenomes terminados em “son” em inglês e em línguas nórdicas como o sueco. Stieg Jacobson, seria então “Stieg Filho de Jacob”.
Os sobrenomes de origem geográfica são chamados de toponímicos. Exemplo clássico desse tipo de sobrenome é o popular Silva. Para quem não sabe, Silva provavelmente se originou do latim silva, que significa selva. Em Portugal, era usado para designar indivíduos que viviam em matas e florestas.
Afinal, por que há tantos Silvas no Brasil? Porque, além de ser muito comum em Portugal, esse sobrenome foi dado a milhares de escravos trazidos para o país durante o período colonial.
Afinal, qual o sobrenome mais comum no Brasil? Como todos sabem, é o Silva. O segundo sobrenome mais comum é Cavalcanti. Trata-se de um sobrenome de origem italiana e de significado desconhecido. O primeiro Cavalcanti a aportar no Brasil foi um tal de Dom Felipe Cavalcanti, natural de Florença, no século XVI.
Os seis sobrenomes mais comuns no Brasil são: Silva, Cavalcanti, Oliveira, Santos, Souza e Lima.
Os sobrenomes costumam seguir o nome do patriarca na maioria dos países. É o caso do sufixo russo “ov”. “Ov” (com equivalentes “ev” e “eva”, para o feminino) significa “de”. Gorbachov, para citar um sobrenome russo famoso, faz parte da família Gorbach.
Veja outros casos:
POULOS (Grécia) significa “filho de”. Exemplo: Constantino Stephanopoulos.
SON (Suécia), significa “filho de”. Exemplo: Stieg Larsson.
SKI ou OWSKI (Polônia), também quer dizer “de”. Exemplo: Natasha Kinski.
MC ou Mac (Escócia e Irlanda), “de”. Exemplo: Jonh McEnroe.
UCCI (Itália), significa “descendente de”. Exemplo: Bernardo Bertolucci.
EZ (Espanha), quer dizer “filho de”. Exemplo: Felipe González.
ES (Portugal), tem mesmo significado do “ez” espanhol. Exemplo: João Fernandes.
Como identificar a nacionalidade ou o país de origem de uma pessoa pelo sobrenome? Fácil. Como foi explicado acima, Poulos é grego e Ucci italiano. Mas quanto aos húngaros, armênios etc? Veja a seguir:
Alemanha: “sen” e “mann”. Exemplos: Jansen, Kaufmann.
Armênia: “ian”. Exemplo: Balabanian.
Bulgária: “ov”, “ev” e “ova”. Exemplo: Rousev.
Dinamarca e Noruega: “sen”. Exemplo: Petersen.
Finlândia: “nen”. Exemplo: Häkkinen.
França: “t”. Exemplo: Petit.
Geórgia: “dze” e “shvili”. Exemplo: Shervadnadze.
Hungria: “yi”. Exemplo: Simonyi.
Islândia: “sson” (masc.) “dóttir” (fem.). Exemplos: Danielsson, Davíðsdóttir.
Itália: “I”. Exemplos: Fellini, Visconti, Bertolucci.
Holanda: “ssen”. Exemplo: Janssen.
Romênia: “escu”. Exemplo: Ceausescu.
Sérvia e Croácia: “ic”. Exemplo: Petikovic.
Ucrânia: “enko”. Exemplo: Timoshenko.
E quais os sobrenomes mais comuns do mundo? Veja alguns:
Alemanha - Müller, 0,95%
Áustria - Gruber, 0,39%
Chile - González, 6,73%
Espanha - García, 3,48%
Estados Unidos - Smith, 1,21%
Finlândia - Virtanen, 0,6%
França - Martin, 0,36%
Reino Unido - Smith, 1,26%
Rússia - Smirnov, 1,61%
Suécia - Johansson, 5,08%
Taiwan - Chen, 11,6%
Vietnã - Nguyen, 38,4%
O sobrenome mais comum no Canadá é Li, curiosamente um sobrenome chinês. O Canadá possui uma das maiores colônias chinesas do mundo.
Todo mundo sabe que a China é o país mais populoso do planeta. O que poucos sabem é que o número/variedade de sobrenomes da etnia “han” (da qual fazem parte a maioria dos chineses) é muito pequeno. Enquanto no Japão existem mais de 200 mil sobrenomes diferentes, na China eles não passam de cem. Os sobrenomes mais comuns são Wang, Li e Zhang, que são usados por 22,4% da população, ou seja, 291 milhões de pessoas.
Um estudo feito nos Estados Unidos descobriu 6 milhões de sobrenomes diferentes no país. Destes, 151 mil são usados por mais de cem norte-americanos. Os mais comuns são Smith, Johnson, Williams, Brown, Jones, Miller, Davis, García, Rodríguez e Wilson.
Durante as conversões forçadas de judeus em Portugal, muitas famílias judaicas adotaram novos sobrenomes logo que se tornaram cristãs. Costuma-se dizer que os judeus adotaram nomes de árvores (Pereira, Oliveira etc) e animais (Leão, Coelho…). Mas não é bem por aí. Esses sobrenomes já apareciam na antroponímia portuguesa antes dessas conversões, não sendo, portanto, de ocorrência exclusiva entre os judeus.
Em nossa cultura, o prenome precede o sobrenome. Em algumas culturas e idiomas, no entanto, é o sobrenome que precede o nome. Esse hábito é mais comum na Ásia – em países como China, Vietnã e Coreia. O chinês Hu Jintao chama-se, portanto, Jintao (Hu é o sobrenome).
Enquanto no Brasil a mulher adota o sobrenome do cônjuge sem largar mão do nome de sua família, nos países anglo-saxônicos é normal a mulher abdicar do seu sobrenome de solteira (o chamado “maiden name”) e ficar apenas com o sobrenome do marido.
Os casais japoneses normalmente adotam um sobrenome em comum, geralmente o da família do marido. Mas a lei nipônica também permite o contrário. Em alguns casos, como a ausência de um herdeiro masculino na família da companheira, o maridos podem abrir mão de seu sobrenome e adotar o da família da esposa.
Duas pessoas com o mesmo sobrenome português, tem a mesma origem? Nem sempre. É preciso consultar a genealogia. Uma boa dica é consultar os registros de história das famílias da igreja mórmon (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias). Entre no site Family Search da igreja Mórmon e veja como descobrir a origem do sobrenome da sua família.
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