Línguas não são entidades estáticas. Elas estão sempre mudando, inclusive em virtude de influência externa ou migrações. No caso do português falado no Brasil, ocorreram influências de línguas indígenas e africanas. Ele se diferencia do português usado em Portugal graças aos nativos que aqui viviam e aos negros africanos que vieram para cá como escravos. A influência africana sobre a língua falada no Brasil é, inclusive, maior do que imaginamos. Segue abaixo uma lista de palavras vindas da África.
ABADÁ – túnica comprida e folgada. No Brasil, é usada como sinônimo das camisetas usadas por trios elétricos e blocos de carnaval.
ACARAJÉ – bolinho feito de feijão fradinho e frito no azeite de dendê.
AFOXÉ – dança, parecida com um cortejo real, que desfila durante o carnaval baiano.
ANGU – massa de farinha de milho ou mandioca.
BABÁ – ama-seca, cuidadora de crianças.
BALANGANDÃS – enfeites, normalmente de ouro ou prata, usados em dias de festa.
BABACA – tolo, boboca.
BAMBOLÊ – aro de plástico ou metal usado como brinquedo.
BAGUNÇA – desordem, confusa, baderna, remexido.
BANZÉ – confusão, barulho.
BAOBÁ – árvore comum na África, de tronco enorme.
BOROCOXÔ – molenga, entristecido.
BANGUELA - desdentado
BATUCAR – repetir a mesma coisa insistentemente.
BELELÉU – morrer, sumir, desaparecer.
BERIMBAU – arco-musical, instrumento indispensável na capoeira.
BIBOCA – casa, lugar sujo.
BUNDA – nádegas, traseiro.
BUGIGANGA – objeto de pouco ou nenhum valor.
BÚZIOS – conchas marinhas usadas antigamente como moeda na África
CACHAÇA – aguardente que se obtém mediante a fermentação e destilação do mel ou barras do melaço.
CACHIMBO – pipo de fumar.
CAÇULA – o mais novo dos filhos ou irmãos.
CAFOFO – quarto, recanto privado, lugar reservado com coisas velhas e usadas.
CAFUNDÓ – lugar distante e isolado.
CAFUNÉ – ato de coçar, de leve, a cabeça de alguém, dando estalidos com as unhas para provocar o sono.
CALOMBO – inchaço, calo.
CALANGO – lagarto maior que lagartixa.
CAMUNDONGO – rato pequeno.
CANDOMBLÉ – local de adoração e de práticas religiosas afro-brasileiras da Bahia.
CANGA – tecido utilizado como saída-de-praia.
CANGAÇO – o gênero de vida do cangaceiro.
CANJICA – papa de milho
CAPANGA – guarda-costas, jagunço.
CAPENGA – manco, coxo.
CAPOEIRA – jogo de corpo, arte marcial de raízes africanas que mistura dança e luta.
CARIMBO – selo, sinete, sinal público com que se autenticam os documentos.
CATINGA – cheiro fétido e desagradável do corpo humano, certos animais e comidas deterioradas.
CAXUMBA – inflamação das glândulas salivares.
CHILIQUE – “ter um troço”, desmaiar, fazer escândalo desmedido.
CHIMPANZÉ – espécie muito conhecida de macaco.
COCHILAR (a ortografia correta deveria ser cochilar) – soneca breve, dormir levemente.
DENDÊ – palmeira ou fruto da palmeira de onde é extraído o famoso azeite.
DENGOSO – manhoso, chorão.
DENGUE – choradeira, birra de criança, manha.
ENCABULAR – envergonhar-se, ficar com vergonha.
EXU – divindade considerada o elo entre o céu e a terra, orixá guardião das aldeias e casas.
FAROFA – mistura de farinha com água, gordura ou ingredientes como carnes e ovos.
FOFOCA – mexerico, intriga.
FUBÁ – farinha de milho.
FULO – zangado, irritado.
FUNGAR – aspirar fortemente com ruído.
FUZUÊ – algazarra, barulho, confusão.
FUXICO – fofoca, falar mal dos outros, artesanato feito com pedaços de pano.
GANDAIA – farra, bagunça.
GANGORRA – balanço de crianças, formado por uma tábua pendurada em duas cordas.
GARAPA – melaço de cana, caldo de cana.
GERINGONÇA – coisa mal feita e de curta duração, objeto ou coisa estranha.
GINGA – movimento corporal na capoeira, futebol e dança.
GOROROBA – comida feita com restos de alimentos, mistura estranha de alimentos.
INHAME – tubérculo comestível como a mandioca.
JAGUNÇO – capanga.
JILÓ – fruto do jiloeiro, de sabor amargo.
MACUMBA – denominação genérica para as manifestações religiosas afro-brasileiras.
MANDINGA – bruxaria, ardil, mau-olhado.
MARIMBONDO – vespa.
MAXIXE - fruto do maxixeiro.
MINHOCA – verme anelídeo.
MOLEQUE – menino, garoto, rapaz.
MOQUECA – guisado de peixe ou de mariscos, podendo também ser feito de galinha, carne, ovos etc.
MUAMBA – contrabando.
MUCAMA – criada, escrava de estimação, que ajudava nos serviços domésticos e acompanhava sua senhora à rua, em passeios.
ORIXÁ – divindade das religiões afro-brasileiras.
QUIABO – fruto do quiabeiro.
QUILOMBO – povoação de escravos fugidos.
QUITUTE – iguaria fina e delicada.
SENZALA – alojamentos que eram destinados aos escravos no Brasil.
SUNGA – calção de criança.
TANGA – tapa-sexo.
TITICA – fezes, coisa sem valor, excremento de aves.
ZABUMBA – bombo.
Fontes: Wikipédia, Portal Brasil, Raiz do Samba.
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