O Dia do Folclore é comemorado em 22 de agosto. Mas o que é exatamente folclore? Quando um fato é considerado folclórico? Quais os elementos do folclore brasileiro? E quais as principais lendas do nosso folclore? Saiba as respostas nas próximas.
A palavra folclore surgiu de dois vocábulos de origem anglo-saxônica: “folk” (que quer dizer “povo”) e “lore” (“conhecimento”). Folclore significa, portanto, “conhecimento do povo” ou “conhecimento popular”.
Aliás, a palavra folclore foi criada pelo pesquisador da cultura europeia William John Thoms (1803-1855) em 22 de agosto de 1846, quando publicou um artigo na revista The Atheneum intitulado justamente “Folklore”.
Afinal, o que é folclore? É difícil definir o seu significado, mas muitos estudiosos da cultura popular são unânimes na ideia de que o folclore engloba a maneira de pensar, sentir e agir do povo. Ele é transmitido de geração para geração e envolve lendas, mitos, canções, superstições, artesanato, festas, danças, alimentação…
Segundo a UNESCO, para se determinar se um fato é folclórico, ele deve apresentar características como tradição (deve ser transmitido através da gerações), dinamicidade (deve ser mutável), funcionalidade (deve ser inserido num contexto vivo e dinâmico) e aceitação coletiva (aceito por todos os membros de uma coletividade).
As lendas mais conhecidas do folclore brasileiro são as do saci-pererê, lobisomem, mula-sem-cabeça, boitatá, curupira, mãe d’água, cuca, negrinho do pastoreio e boto.
O saci-pererê é um menino com uma perna só, que fuma cachimbo e usa gorro vermelho. Se manifesta com um redemoinho. É um ser maligno ou brincalhão, dependendo da região. Adora assustar as pessoas com gargalhadas, espantar os cavalos, azedar o leite e queimar a comida.
O lobisomem é das figuras folclóricas mais universais – presentes em diversas culturas. Trata-se de um homem que se transforma em lobo nas noites de lua cheia. Ele ataca as pessoas e só pode ser morto com uma bala de prata.
Segundo a lenda, a mula-sem-cabeça é uma mulher que, após um romance com um padre se transforma numa mula que solta fogo pelas narinas nas noites de quinta para sexta-feira.
Também conhecida como “fogo que corre”, o boitatá é uma cobra de fogo que mora no fundo dos rios. De acordo com a lenda, o boitatá é um grande protetor das florestas.
Também conhecido como protetor das florestas, o curupira (ou caipora, dependendo da região) é um anão de cabelos vermelhos como o fogo e de pés para trás. Com seus pés “ao contrário”, ele confunde os caçadores, que acabam se perdendo na floresta. Diz o povo que quando alguém desaparece na mata, “é obra do curupira”.
A mãe d’água (ou Iara) é uma espécie de sereia (outro mito universal). De beleza fascinante, ela hipnotiza os homens com suas canções mágicas e leva-os para as profundezas dos lagos, rios ou mares, afogando-os.
A cuca é uma espécie de bruxa com cara de jacaré que rouba as crianças desobedientes. Para alguns folcloristas, é uma espécie de bicho-papão.
Personagem bastante conhecido no folclore do sul do país, o negrinho do pastoreio é o fantasma de uma criança escrava que foi espancada até a morte por seu senhor. Acredita-se que ele perambula pelos campos montado em um cavalo. O povo costuma acender uma vela para o negrinho sempre que quer encontrar alguma coisa perdida.
Segundo a lenda, o boto emerge dos rios à noite na forma de um rapaz extremamente bonito. Galanteador, ele seduz as mulheres solteiras e leva-as para o fundo dos rios, onde costuma engravidá-las.
Festas populares do folclore brasileiro: folia de reis, cavalhadas, festa do boi-bumbá, festa do Divino, festas juninas e carnaval.
O costume de usar bandeirolas como enfeite das festas juninas veio do hábito de utilizar bandeiras dos três santos celebrados em junho (Santo Antônio, São João e São Pedro). As bandeiras com as imagens dos santos eram lavadas e a água da lavagem usada para purificar os fiéis. Detalhes: as imagens eram feitas em bordado.
É francesa a origem da quadrilha de São João. Ela provavelmente veio das danças da realeza do século XVII. As mulheres usavam saias rodadas e os participantes faziam sempre a mesma sequência de movimentos.
A explicação cristã para as fogueiras é encontrada na história do nascimento de São João. Segundo a tradição católica, Isabel, mãe de João, teria usado uma fogueira para comunicar a Maria, a prima que morava distante, o nascimento de seu filho.
Reza a tradição que os balões são portadores de pedidos a São João. Muitas pessoas, no entanto, usavam balões para agradecer ao santo pelas graças alcançadas.
O carnaval pode ter se originado de uma festa na Roma Antiga para homenagear o deus Saturno. A festa era chamada de Saturnália.
A data em que se comemora o Carnaval é definida com base na Páscoa – diga-se Calendário Lunar. A Quarta-Feira de Cinzas sempre cai 46 dias antes do domingo da festividade, que é a soma dos 40 dias que antecedem o Domingo de Ramos com os 6 dias da Semana Santa.
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