Descubra nas próximas linhas uma lista de
personalidades LGBTs. Veja também informações sobre a origem das palavras
homossexual, lésbica e travesti, entre outras. Encontre ainda algumas
curiosidades e informações muito interessantes sobre o universo LGBT.
O termo homossexual nasceu da junção da
palavra grega “homos” (igual) e da latina “sexus” (sexo) e é usada para se
referir à pessoa que sente atração por outras do mesmo sexo.
Quanto à palavra lésbica (do latim
lesbos, referência à ilha grega de Lesbos), ela é utilizada para se referir a
mulheres que sentem atração e/ou mantém relações com outras mulheres.
Já o termo bissexual (ou bissexualidade)
é utilizado para designar pessoas que sentem atração e/ou mantém relações
sexuais com indivíduos de ambos os sexos.
De origem inglesa, o termo “gay” (que
significa alegre, jovial) é usado no mundo todo para designar o indivíduo
masculino ou feminino homossexual.
Travesti é uma palavra associada à pessoa
que costuma “travestir-se” – disfarçar-se ou vestir-se com roupas do sexo
oposto. O travesti é também chamado de eonista. Costuma ser usada para se
referir a homens que vestem-se e comportam-se como mulheres, embora nem sempre
sejam transgêneros.
A palavra transgênero é normalmente
utilizada para se referir à pessoa cujo modo de ser e sentir o mundo não condiz
com a aparência física (principalmente genital). Podemos afirmar que um
transgênero é uma mulher num corpo físico de homem ou homem num corpo de
mulher.
Drag queen é um termo de origem
estrangeira usado para se referir aos artistas performáticos que se travestem
muitas vezes de maneira espalhafatosa e cômica para apresentações em eventos ou
casas noturnas.
Queer é uma palavra inglesa usada como
significado de “esquisito”, “estranho”. Mas há quem alegue ter ela vindo do
termo quare, que quer dizer “questionado” ou “ desconhecido”. A palavra foi,
durante muito tempo, vista como ofensiva pelos homossexuais. Hoje, no entanto,
é usada para denominar pessoas dispostas a romper com as normas heterossexuais
estabelecidas. Existem diversos programas de TV, grupos ativistas gays e
publicações que utilizam a palavra queer.
Crossdresser é o termo para pessoas que
usam peças de vestuário ou se vestem totalmente como o sexo oposto, o que não
significa que o adepto do crossdressing seja homossexual.
A palavra androginia refere-se a algo ou
alguém que não é feminino, nem masculino. Ao afirmar que determinado
comportamento ou personagem é andrógino, estamos querendo dizer que não
pertence nem a um sexo nem outro. Um exemplo de personagem andrógino: Ziggy
Stardust, encarnado por David Bowie nos anos 70.
Hermafrodita vêm de hermafrodito (filho
de Hermes e Afrodite, que nasceu com os órgãos sexuais dos dois sexos) e é
justamente usado para se referir às pessoas nascidas com genitais dos dois
sexos. Já foram registrados casos de pessoas nascidas com aparência de mulher,
mas com cromossomos XXY.
A Organização Mundial da Saúde retirou a
homossexualidade da sua lista de doenças mentais em 1990. No Brasil, o Conselho
Federal de Psicologia não mais considera a homossexualidade um desvio de
comportamento desde 1985. Mas desde 1975 que a Associação Americana de
Psicologia deixou de considerar a homossexualidade uma doença, o que faz dela
uma das entidades pioneiras.
A Anistia Internacional considera a
discriminação contra homossexuais uma violação dos Direitos Humanos desde 1991.
Acredita-se que os habitantes das ilhas
Salomão, Fiji e Nova Guiné já exercitavam a homossexualidade ritualística desde
8,000 antes de Cristo.
O primeiro casal do sexo masculino de que
se tem notícia viveu por volta de 2.400 antes de Cristo, no Egito. Existem
registros do casal Niankhkhnum e Khnumhotep se beijando e cercado de herdeiros.
As relações homossexuais eram comuns na
antiga Grécia. Elas foram praticadas (e até defendidas) por muitos gregos
ilustres: Sócrates, Platão, Aristóteles… O tipo de relação mais comum era entre
um homem mais velho e um mais jovem, os chamados “efebos”.
Os registros de sexo entre as mulheres
gregas são mais escassos. Mas a história de Safo da ilha de Lesbos, que viveu
em meados de 612 antes de Cristo, tornou-se muitíssimo conhecida. Safo de
Lesbos foi uma poetisa que escreveu sonetos enaltecendo seu amor pelas
mulheres. Vem de seu nome o termo “safismo”.
Existem fortes evidências de que o
escritor Marcel Proust era homossexual. Segundo alguns biógrafos do autor de Em
Busca do Tempo Perdido, Proust era frequentador assíduo dos mais conhecidos
points gays da Paris de sua época. Além dele,
muitas outras personalidades da literatura, do cinema e da música jogaram na
área dos homossexuais.
Outra personalidade gay foi Paul
Verlaine. O poeta francês se notabilizou não apenas por sua obra, mas também
pela conturbada relação homossexual com o também poeta Arthur Rimbaud.
Apesar da fama de mulherengo, existem
indícios de que o poeta inglês George Gordon Byron, conhecido como Lord Byron,
também mantinha relações afetivas com rapazes.
Não existem provas conclusivas, mas
alguns indícios apontam que Leonardo da Vinci também era gay. Um desses
indícios é um processo que o acusava de, juntamente com outros três homens,
manter relações homoafetivas com um rapaz de 17 anos que posava como modelo num
dos ateliês em que ele trabalhou.
Embora tenha mantido um casamento com a
mesma mulher durante nada mais nada menos que 50 anos, é sabido que o alemão
Thomas Mann apreciava homens jovens e tinha uma certa fixação por Klaus, seu
filho. As tendências homossexuais de Mann foram reveladas em seus diários
íntimos, abertos 20 anos após sua morte.
Conhecido principalmente pelo clássico O
Retrato de Dorian Gray, um dos maiores livros da literatura universal, Oscar
Wilde foi preso por causa de um romance com um jovem chamado Alfred Douglas.
Condenado pelo que se convencionou chamar na época de práticas homossexuais,
Wilde passou 2 anos encarcerados e viveu o resto da vida no exílio.
Acreditou-se durante muito tempo que o
compositor clássico russo Tchaikovsky tenha se suicidado. Mas a versão atual
para a morte do mestre russo é um pouco diferente: na verdade, Tchaikovsky
teria sido induzido ao suicídio por causa de uma relação homoerótica com um
membro da família imperial russa. Gay, o compositor costumava contar suas
experiências com homens para o irmão, que também era homossexual.
Uma biografia póstuma revelou que Greta
Garbo, grande diva do cinema do século XX, manteve relações homoafetivas com
mulheres desconhecidas e pra lá de conhecidas, como Tallulah Bankhead e a ainda
mais famosa Marlene Dietrich. Existem ainda relatos de que Garbo manteve um
affair com a roteirista, teatróloga e poetisa espanhola Mercedes Acosta.
A grande paixão da escritora lésbica
Gertrude Stein respondia pelo nome de Alice B. Toklas. Ambas se conheceram em
1906 e em 1910 já moravam juntas. Gertrude costumava assinar cartas pelo casal,
como Gertrude e Alice. Depois da morte de Gertrudes, a inconsolável Alice se
dedicou a publicar toda a sua obra. O casal está sepultado no mesmo túmulo no
cemitério Pére Lachaise, de Paris.
A poetisa norte-americana Elizabeht
Bishop viveu durante anos uma relação homoerótica ardente e totalmente assumida
com a companheira brasileira Lota de Macedo Soares, criadora do Parque do
Flamengo, no Rio de Janeiro.
Autora de Orlando, clássico da literatura
de língua inglesa, a escritora Virginia Woolf também se sentia atraída por
mulheres. Uma delas, conhecida como Vida, foi a maior paixão de Virginia.
Alguns estudiosos da obra da escritora asseguram que o personagem da ficção
Orlando foi baseado no da vida real, Vida.
Apesar dos boatos e fofocas sobre sua
intimidade, o ator Rock Hudson negou durante a maior parte da vida que fosse
homossexual. A verdade só foi revelada nos anos 1980, quando Hudson não só saiu
do armário como admitiu ser portador do vírus HIV. Pouco tempo depois, o ator
faleceria em decorrência da AIDS.
Assim como Rock Hudson, o escritor
brasileiro Caio Fernando Abreu admitiu publicamente a homossexualidade e
revelou ser portador do vírus da AIDS. Mas, ao contrário do ícone das telas,
Abreu resistiu bravamente à doença até
falecer, em 1996.
Outro que também admitiu o drama da AIDS
foi o cantor brasileiro Cazuza. Bissexual, Cazuza se apoiou nos meios de
comunicação para descortinar sua condição de portador do HIV. O drama do cantor
pôde ser acompanhado através dos meios de comunicação de massa , de suas
aparições públicas e até através de suas músicas. Cazuza resistiu à enfermidade
até falecer aos 32 anos de idade.
Outra grande personalidade que morreu de
AIDS foi o bailarino russo Rudolf Nureyev. Sua vida sexual ainda é mantida na
obscuridade, mas alguns conhecedores da biografia do inesquecível Nureyev dão
conta de que ele também era gay.
Da extensa lista de personalidades
homossexuais destacam-se algumas bastante conhecidas do grande público, como o
pintor e escultor renascentista Michelangelo. As poucas informações sobre sua
vida sexual revelam que, tal como o contemporâneo Leonardo da Vinci,
Michelangelo também jogava no time gay.
A vida íntima do escritor e poeta
brasileiro Mário de Andrade , um dos fundadores do modernismo, também é uma
incógnita. Apesar disso, muitos acreditam que Mário também era homossexual.
O autor de Macunaíma e Paulicéia
Desvairada não foi o único escritor brasileiro a manter um certo mistério sobre
sua vida sexual. Pedro Nava, de O Círio Perfeito, assim como Mário de Andrade,
nunca deixou claro em que time jogava. Muitos acreditam que Nava tenha sido
hetero, mas há evidências de que de que o autor de Baú de Ossos era na verdade
homossexual.
Considerado o primeiro latin lover do
cinema, Rodolfo Valentino provocava suspiros aonde quer que chegasse. O que
ninguém sabia era que o mito do cinema preto e branco tinha relações sexuais
com homens. As experiências homossexuais de Valentino foram retratadas em seu
diário íntimo.
Cole Porter, que manteve um casamento de conveniência por anos
a fio, nunca deixou de se relacionar com homens. Dizem que, ao tomar
conhecimento da homossexualidade do marido, Linda Porter ainda assim manteve o
casamento. Linda era amiga, conselheira, fã e companheira de Cole, menos sua
amante.
Embora casado com uma mulher, W. Somerset
Maugham manteve uma relação homo com um rapaz chamado Gerald Haxton, com quem
passava boa parte do ano. Como um vivia nos Estados Unidos e o outro na Europa,
Maugham costumava atravessar o Atlântico só para ver o amante.
Alguns biógrafos do gala e eterno mito do
cinema James Dean asseguram que ele costumava jogar dos dois lados do campo,
com uma certa queda pelos homens. As
insinuações sobre a vida íntima de Dean começara a ser publicadas depois de sua
morte.
Outras personalidades gays: Jean Cocteau,
Alexandre o Grande, Jean Genet, Marguerite Yourcenar, T. S. Eliot, Federico
Garcia Lorca, Christophe Marlowe, Ellen DeGeneres, Tennessee Williams, Truman
Capote, Marc Jacobs, Yukio Mishima, George Takei (ator da série Jornada nas
Estrelas), Elton John, Pier Paolo Pasolini, Marlene Dietrich, Jack Kerouac,
Ricky Martin, Michael Stipe (vocalista do grupo REM), Rob Halford (vocalista da
banda de heavy metal Judas Priest), Cynthia Nixon (atriz da série Sex and the
City), George Michael, Rupert Everett, Pedro Almodóvar, Alexander McQueen e
outros.
Experimentos feitos pelo pesquisador
norte-americano Alfred Kinsey no anos 1940 demonstraram que 37% das pessoas
tiveram algum tipo de relação homossexual ao longo da vida. Um estudo mais
recente confirmou a pesquisa de Kinsey.
A quantidade de pessoas que tiveram algum
tipo de experiência homossexual pode chegar a quase 40%, mas é certo que os
indivíduos predominante e exclusivamente gays não passem de 10% da população
(no Brasil, calcula-se que essa média seja de 6,7% a 8,7%).
O comportamento gay (no caso, relação
sexual e/ou coabitação com indivíduos do mesmo sexo) já foi registrado em cerca
de 1,5 mil espécies de animais – insetos, aves, crustáceos e, como não podia
deixar de ser, mamíferos.
Cerca de 25% dos machos da espécie
cisne-negro são considerados gays. O interessante é que os casais de machos
procriam com a fêmea e, depois que ela bota os ovos, cuidam eles (!!!) mesmos
dos filhotes. Por serem mais fortes, os casais de machos garantem os melhores
territórios, o que dá aos filhotes maiores chances de sobrevivência.
Um terço das fêmeas das
albatroz-de-laysan se unem em casais lésbicos para criar os filhotes. O detalhe
é que elas são mais sucedidas na criação dos filhotes do que as mães solteiras.
Os cisnes negros e os
albatrozes-de-laysan são apenas duas entre as 70 espécies de aves que formam
casais do mesmo sexo. Esse tipo de união também é comum em dezenas de espécies
de mamíferos, inclusive leões e elefantes.
Por falar em zebras,
foram registrados casos de indivíduos da espécie que jamais tiveram qualquer
tipo de relação com o sexo oposto.
Os biólogos chamam a atenção para o fato
de que alguns animais são exclusivamente gays e outros apenas têm relações gays
(o que não significa que sejam homossexuais). Foi provado, inclusive, que os
animais mantém “relações gays” por diferentes motivos: para reforçar a
hierarquia, para pedir desculpas, para reforçar alianças, para aprender sexo,
para cuidar dos filhotes (caso do albatroz-de-laysan), por engano e por prazer.
Um caso conhecido de sexo homossexual
para reforçar a hierarquia é a das morsas. Os machos dominantes “montam” nos
dominados apenas “para dizer quem manda no pedaço”. Os bisões-macho também usam
o sexo para reforçar a dominação do líder do grupo.
Sobre
o preconceito de modo geral: um estudo feito entre estudantes no Brasil e
divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo no início de 2010 revelou que –
reproduzimos aqui um trecho da reportagem - “99,3% dos entrevistados têm algum
tipo de preconceito e que mais de 80% gostariam de manter
algum nível de distanciamento social de portadores de necessidades especiais,
homossexuais, pobres e negros. Do total, 96,5% têm preconceito
em relação a pessoas com deficiência e 94,2% na questão racial”. A mesma
pesquisa demonstrou que “pelo menos 10%
dos alunos relataram ter conhecimento de situações em que alunos, professores
ou funcionários foram humilhados, agredidos ou acusados injustamente apenas por
fazer parte de algum grupo social discriminado, ações conhecidas como bullying.
A maior parte (19%) foi motivada pelo fato de o aluno ser negro. Em segundo
lugar (18,2%) aparecem os pobres e depois a homossexualidade (17,4%). No caso
dos professores, o bullying é mais associado ao fato de ser idoso (8,9%). Entre
funcionários, o maior fator para ser vítima de algum tipo de violência - verbal
ou física - é a pobreza (7,9%)”.
Um jornal de Uganda chamado The Rolling
Stone (que não tem nada a ver com o famoso grupo de rock) publicou em 2010 uma
lista de possíveis homossexuais ugandenses com a manchete: “Enforque-os”. O ato
gerou protestos no mundo todo, inclusive de entidades de defesas dos Direitos
Humanos e governos de diversos países. Depois da publicação, pelo menos quatro
pessoas sofreram agressões. No início de 2011, David Kato, um dos principais ativistas gays do país
foi espancado até a morte em sua casa.
Também no início de 2011, uma organização
internacional chamada Avaaz lançou uma campanha pela internet contra o “estupro
corretivo” de lésbicas na África. Um dos casos mais recentes foi o da
sul-africana Millicent Gaika. Ela foi amarrada, espancada e estuprada diversas
vezes pelos seus agressores.