A capivara é o maior roedor do mundo. Ela possui dentes
incisivos que podem atingir até 8 centímetros. Um adulto pode chegar aos 80
quilos de peso. Descubra outras curiosidades sobre ela, assim como sobre outros
mamíferos comuns no Brasil: a onça, o lobo-guará, a ariranha, o tamanduaí...
Capivaras são excelentes nadadoras. Elas vivem perto de
rios e lagoas, para onde costumam fugir no caso de perigo.
Uma curiosidade bem nojenta sobre as capivaras: elas comem
as fezes de outras capivaras. O mais interessante é que elas sabem pela cor qual
tipo de cocô pode ser comido.
Capivaras são animais comuns no meio urbano, inclusive na
cidade de São Paulo. O problema é que elas são hospedeiras naturais de um
carrapato extremamente fatal para o ser humano. Chamado de carrapato-estrela,
esse tipo de aracnídeo (animais parentes das aranhas) podem transmitir febre
maculosa.
Os preás – uma espécie de
porquinho-da-Índia – são extremamente comuns na região Nordeste. Sua carne já
foi bastante consumida pelo sertanejo.
O maior mamífero do Brasil é a anta. Quando adulta, ela pode pesar
300 quilos e alcançar em torno de 1 metro de altura.
O mamífero mais lento do planeta é a preguiça. Ela se move
a uma velocidade de 2,2 metros por hora.
Preguiças
não são exatamente preguiçosas, são apenas lentas. Para cada metro percorrido
por ela, são percorridos 545 pelos cavalos e 45 pelos humanos.
A preguiça
passa a maior parte da vida nas árvores. Elas não se locomovem com destreza no
chão, mas, em compensação, nadam muitíssimo bem.
As crias da
preguiça vivem com a mãe até o final do primeiro ano de vida. O desmame começa
aos 3 meses. Nesse período, a mãe mastiga o alimento e dá para o filhote comer.
Um dos
principais predadores da preguiça é a harpia – também conhecida como
gavião-real –, uma ave de rapina típica das florestas tropicais da América do
Sul. Com mais de 10 quilos e asas com envergadura de 2,5 metros, a harpia não
só captura preguiças, como pega pequenos macacos e até filhotes de veados.
Imagine uma
preguiça com 4 metros de altura e 4 toneladas de peso. Pois ela existiu e se
chamava megatério (ou megatherium). Encontrada somente no continente americano,
o megatério possuía uma língua comprida e provavelmente passava o dia
mastigando folhas. Era bastante visada por carnívoros como os tigres-dentes-de-sabre.
O tamanduá é um animal totalmente desprovido de dentes. Ele utiliza a
sua língua comprida e pegajosa para capturar formigas e cupins, dois dos seus
insetos prediletos. O curioso é que a língua do tamanduá possui 60 centímetros
de comprimento.
Um tamanduá-bandeira adulto come
cerca de 30 mil insetos por dia.
Quando se sentem ameaçados, os
tamanduás ficam em pé sobre as duas patas traseiras e “abrem os braços” para se
defenderem. Com suas garras enormes e afiadas ele abraça o agressor, ferindo-o gravemente.
Ele é capaz de matar até uma onça. É daí que vem a expressão “abraço de
tamanduá”, usada para se referir ao abraço de um inimigo.
Tamanduás podem matar pessoas. A
aparência inofensiva e o jeitão pacato desse animal escondem garras poderosas, que
podem rasgar a pele ou mesmo perfurar alguma veia importante do corpo. Casos de
pessoas que foram mortas por tamanduás já foram noticiados em vários estados
brasileiros.
Em média,
um tamanduá come de 458 a 938 formigas por dia.
O tamanduaí é o menor dos
tamanduás, com apenas 50 centímetros de comprimentos e meio quilo de peso. É um
animal solitário que vive em árvores, sem nunca descer ao solo.
Embora pequeno, o tamanduaí sabe
se defender muitíssimo bem. Da mesma forma que seu parente maior, ele utiliza
as garras – na verdade, duas unhas pontudas e com circulação sanguínea – como armas.
Em virtude
do pelo espesso e macio, o tamanduaí é chamado por muitos nativos da Amazônia
de tamanduá-seda.
O tatu-canastra pode cavar tocas
com incríveis 5 metros de comprimento. Elas servem de refúgio não só de tatus,
mas de diversas espécies. Os cientistas conseguiram descobrir 24 espécies de
vertebrados que se aproveitam das tocas para buscar refúgio térmico e se
proteger de predadores.
Você sabia que tatus podem transmitir
hanseníase para os humanos? A hanseníase é uma doença popularmente conhecida
como lepra. Detalhe: tatus são utilizados como animais de laboratório nas
pesquisas contra a doença.
O tatu é chamado de armadilho em
Portugal e armadillo nos países de língua espanhola.
Tatus passam a maior parte do dia
dormindo. Eles chegam a dormir até 16 horas diárias.
O maior
tatu que existe é o tatu-canastra, que pode medir 1 metro de comprimento e
pesar 60 quilos.
O tatu-bola
não é o único animal que se enrola para escapar de predadores. Um dos animais
que usam essa estratégia é o pangolim, um mamífero cheio de escamas encontrada
na África e na Ásia. Quando se sente ameaçado, o pangolim logo vira uma bolota.
Como suas escamas são duras como placas, nenhum predador tem paciência para
matá-lo.
O mascote
da Copa do Mundo de 2014 no Brasil foi um tatu-bola batizado de Fuleco.
Um dos mais
curiosos animais do grupo dos edentados foi o gliptodonte, um parente extinto
do tatu. Natural do continente americano, onde os todos os fósseis foram
encontrados, o gliptodonte tinha cerca de 3 metros de comprimento e pesava 1,4
tonelada. Digamos que era um tatu tão grande quanto um Fusca.
Existem cerca de 1.100 espécies de morcegos. Com exceção dos polos, existem
morcegos em todos os lugares do planeta. Das mais de mil espécies, 138 vivem no
Brasil.
A estrutura óssea das mãos dos
morcegos são parecidas com a dos primatas, com a diferença de que as falanges
são compridas e unidas por uma estrutura membranosa que forma a asa. Detalhe:
essa membrana é também unida aos pés. A asa é chamada patágio.
A maioria das espécies é insetívora (que se alimenta de insetos),
mas existem morcegos que comem frutos, sementes, folhas e pequenos animais.
Somente três espécies são hematófagas, ou seja, se alimentam de sangue.
Os morcegos hematófagos são os únicos mamíferos que se alimentam
exclusivamente de sangue. Dependendo da espécie, atacam de animais grandes como
cavalos a pequenos como galinhas. Detalhe: sua dieta não inclui sangue humano.
Para se
alimentar, os morcegos-vampiros furam a pele com seus dentes e lambem o sangue
do animal. Sua saliva possui uma substância que impede que o sangue da vítima
coagule.
Morcegos
costumam se localizar através de um mecanismo chamado eco-localização. Eles
emitem pulsações sonoras que batem no alvo e retornam como um eco, permitindo
ao animal descobrir sua posição exata. Ao contrário do que muitos pensam, a
maioria dos morcegos enxerga muito bem.
A maior
espécie de morcego brasileira é a Vampyrum spectrum (isso mesmo, um morcero do
tipo vampiro) com 1 metro de envergadura.
O menor
primata do Brasil é o sagui-leãozinho, uma espécie com 15 centímetros de
comprimento e cerca de 130 gramas de peso. Acredite se quiser, mas ele parece
um macaquinho do tamanho de um dedo.
Os mico-leões são animais territorialistas e podem defender
a sua área em brigas mortais com outros grupos.
Formado por
até 20 indivíduos, os grupos de mico-leões são liderados por um macho
dominante. É ele o reprodutor. Também é ele quem defende o território, mantendo
vigilância constante contra predadores e micos de outros grupos.
O mico-leão é um animal onívoro.
Setenta por cento de sua dieta, no entanto, é formada por frutas. E por isso
mesmo, ele é um grande dispersor de sementes, ajudando a floresta a se
regenerar.
As fêmeas do sagui costumam ter
filhotes gêmeos. Os registros de nascimento de três filhotes são bastante
raros.
O bugio, um macaco comum no Brasil,
emite um ronco tão alto que pode ser ouvido a quilômetros de distância. Ele é
considerado um dos animais mais barulhentos do planeta.
O maior
macaco do Brasil (e também das Américas, cabe aqui frisar) é o muriqui, também
conhecido como mono-carvoeiro. Encontrado somente na Mata Atlântica, o muriqui
mede cerca 0,70 metros. Ele possui uma calda longa que dá a impressão de ser
ainda maior.
Os muriquis são primatas pacíficos,
que costumam fazer demonstrações de afeto com os membros do seu grupo. Não é
sem motivos que são chamados pelos índios de “povo manso da floresta”.
Os muriquis costumam fazer pontes com
os próprios corpos para ajudar os filhotes a atravessarem de uma árvore para
outra.
Um dos primatas brasileiros mais
ameaçados de extinção é o muriqui. Não é sem motivos. Acredita-se que a sua
população chegava a 500 mil indivíduos na época do descobrimento do Brasil.
Hoje, eles não chegam a 3 mil.
Grupos
conservacionistas fizeram campanhas para escolher o muriqui como mascote dos
Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, mas sem sucesso.
Uma
curiosidade que pouquíssimas pessoas sabem: a onça possui a mordida mais
poderosa entre todos os felinos, até mais poderosa do que a do tigre do leão.
A onças são identificadas através das
pintas. O padrão de pintas das onças é único para cada indivíduo e funcionam
como as impressões digitais humanas.
Conhecido
no Brasil como suçuarana ou onça-parda, o puma é provavelmente o felino mais
comum do continente americano. Ele é encontrado do Canadá à Argentina. Habita
regiões desérticas e florestas, montanhas e planícies.
Pumas são escaladores de primeira
categoria. Eles são capazes de subir em rochas íngremes e árvores. Quando se
sentem ameaçadas, as suçuaranas brasileiras costumam se refugiar em árvores. A
cauda longa e forte ajuda o animal a se equilibrar entre um galho e outro.
Ataques de pumas contra rebanhos são
comuns. Já foram registrados casos em que um único animal matou mais de 15
ovelhas durante uma caçada. Mas pumas fogem de seres humanos e tem tanto medo
de cães que chegam a se refugiar em árvores para escapar deles.
Assim como muitas espécies de felinos,
as jaguatiricas são animais solitários. Elas só procuram outras de sua espécie
na época do acasalamento.
O lobo-guará é o maior canídeo da
América do Sul, chegando a até 30 quilos e 1 metro de comprimento.
O guará é um animal de hábitos
solitários que habita principalmente as áreas de savanas de países como Brasil,
Argentina, Uruguai e Paraguai.
Apesar do porte grande o lobo-guará se
alimenta apenas de pequenos animais como pássaros e roedores. Sua mandíbula não
é muito forte, o que atrapalha um bocado a caça de presas maiores.
Natural da
América do Sul, o cachorro-vinagre é uma espécie singular de canídeo. Ele
possui pequenas membranas adaptadas para o mergulho em suas patas. Não é
preciso dizer que são excelentes nadadores.
A ariranha é um parente sul-americano
da lontra. É o maior membro da família das lontras. Ela é comum em todo o
Brasil, principalmente em regiões como Amazônia e Pantanal.
A sociedade
da ariranha é basicamente matriarcal, onde apenas a fêmea-alfa se reproduz.
Os botos da
Amazônia possuem um corpo mais flexível do que os seus primos marinhos,
provavelmente para nadar entre as árvores durante os períodos de cheia.
Reza uma
lenda que o boto costuma aparecer em festas na forma de um homem para seduzir
as mulheres e engravidá-las. Aliás, circulou recentemente uma notícia de que
uma mulher peruana estava grávida do boto (ela jurava que o pai da criança era
o cetáceo).
O peixe-boi habita as águas quentes da
costa do continente americano – mais propriamente da Flórida ao norte do Brasil
– e da África. São também encontrados em rios da América (Amazonas, Orinoco
etc) e da África. Possui um parente próximo que habita as zonas costeiras do
leste da África, Golfo Pérsico, Índia e Sudeste Asiático chamado dugongo.
O peixe-boi pode ser encontrado tanto
em águas salgadas quanto em água doce, não dugongo. Ele habita apenas a água
salgada, não sendo encontrado em nenhum rio distante ou mesmo próximo do
litoral.
Uma das
coisas que mais chamam a atenção no peixe-boi é a respiração. Ele consegue
passar 20 minutos debaixo d´água sem subir para respirar. Quando respiram,
substituem 90% do ar em seus pulmões.
Peixes-bois são animais marinhos
bastante longevos. Eles podem viver até 60 anos.
O peixe-boi é um mamífero
exclusivamente herbívoro. Pode consumir até 10% do seu peso em algas por dia.
Foi batizado de peixe-boi porque passa boa parte do tempo “pastando” em águas
rasas.
O tempo de gestação do peixe-boi é
longo, dura 13 meses. Como as fêmeas tem filhotes a cada quatro anos, a
reprodução do animal é um pouco lenta. Isso contribui para o declínio da
população.
Além da
caça clandestina, uma das principais causas de morte de peixes-bois no litoral
atlântico são os choques com embarcações.